Homenagem da poetisa Mariana Higina ao amigo poeta Edgar Mata.
Hoje a estalactite enorme da agonia
Já não te oprime o peito e não te pesa n’alma
Recuperaste a fé, recuperaste a calma
A sorte te sorriu ao menos neste dia
Aqui viveste, mas teu coração sentia
Uma amargura atroz dessas que nada acalma
Eras poeta, eras moço e não quiseste a Palma
E o espírito exilado a Deus voltar queria
E a lágrima de sangue a lagrima cruel
Que em ti se enregelou, a lágrima de fel
Que assim te fez morrer na flor da mocidade
Em nosso coração agora lentamente
Há de ir formando triste e dolorosamente
―A estalactite enorme da saudade.