quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

SAUDADE



Homenagem da poetisa Mariana Higina ao amigo poeta Edgar Mata.


Hoje a estalactite enorme da agonia
Já não te oprime o peito e não te pesa n’alma
Recuperaste a fé, recuperaste a calma
A sorte te sorriu ao menos neste dia

Aqui viveste, mas teu coração sentia
Uma amargura atroz dessas que nada acalma
Eras poeta, eras moço e não quiseste a Palma
E o espírito exilado a Deus voltar queria

E a lágrima de sangue a lagrima cruel
Que em ti se enregelou, a lágrima de fel
Que assim te fez morrer na flor da mocidade

Em nosso coração agora lentamente
Há de ir formando triste e dolorosamente
―A estalactite enorme da saudade.

sábado, 9 de novembro de 2013

MINHA MÃE



Esta é minha mãe, a mulher mais maravilhosa deste mundo.
Que pena que ela não está mais comigo, tudo ficou tão mais difícil depois que ela se foi.
Mas sei, minha mãe, que em breve eu irei também, me espere, não falta muito.


Minha mãe, coitadinha, hoje está sepultada
Debaixo desta pedra fria, como é triste o fim!
A morte cruel e sanguinolenta a tirou de mim,
Mas, também a tirou da dor que estava condenada.

A carne, não resistindo, sucumbiu-se em paz,
Porém, a alma purificada só queria a glória!
Diante de tanto sofrer a morte foi vitória,
Hoje a dor não pode oprimi-la mais!

Na agonia que persistiu em seus horríveis dias,
Sobre seus ombros, pesada cruz levava.
(Sempre insistindo em falar das alegrias).

Suportou as desgraças com perseverança e humildade,
Partiu em paz (dormindo) para o céu que sonhava,
Deixando em nossos ombros a cruz pesada da saudade.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

NEGRA PÁGINA


Este soneto foi escrito no triste dia 23 de março de 2012, dia esse, em que perdemos o grande amigo, professor, poeta e fundador da SPJ. (Sociedade dos Poetas Jandaienses), o professor Lourenço. Que o amigo esteja bem, sob os cuidados do criador. E nós, por aqui, tentaremos dar continuidade ao seu sonho, que era ver a SPJ. (que era seu bebê) reconhecida como uma grande entidade em prol da cultura. 


"...depois das nuvens, muito além, no infinito,
num lugar bem mais bonito
sei que deve estar agora.
Enquanto aqui na terra a luta continua,
nós sentimos falta sua,
mas, é Deus quem faz a hora."

"Dalvan"


Hoje a sociedade jandaiense está de luto...
Hoje nossa poesia não tem engenho nem arte...
Hoje a SPJ. Está sob os escombros...
A cultura regional perdeu o seu baluarte...

Hoje meu soneto não quis rimar com a vida,
Pois, me deram triste mote pra glosar,
E, a lira soou fúnebre melodia
Quando Lourenço parou de respirar.

Hoje se calaram as baladas, os madrigais...
Poemas, contos, prosas e haicais...
Nos cordéis, nenhum verso quis rimar...

Hoje, negra página foi escrita,
No injusto e triste livro desta vida...:
Nosso POETA parou de versejar...

segunda-feira, 1 de julho de 2013

À INESQUECÍVEL AMY



Este poema foi escrito em 23/07/2011, em homenagem a cantora Amy Winehouse que nos deixou naquele triste dia. Foi, sem dúvidas, uma das maiores perdas para o mundo artístico.
Que ela esteja bem, onde quer que esteja,  sob os poderes do criador. Que suas canções continuem a soar, mundo afora, imortalizando, assim, seu talento indescritível.

Foste na terra uma estrela a brilhar,
Com enorme esplendor
Iluminaste e aqueceste
Os fãs que te orbitavam.
Provida da luz que vinha
De um talento singular,
Assumiste, em tenra idade, este posto.
Para o mundo, uma estrela, uma celebridade...
Para muitos, uma artista inspiradora...
Para outros, uma descontrolada, louca,
Alcoólatra, drogada...
No núcleo da estrela
Um ser mortal, aprisionado,
Que sentia, amava e sofria.
Muitas vezes ignorado.
Trazias em teu rosto
Uma profunda tristeza
Que não era superada
Nem pela fama e a riqueza.
Sendo foco dos holofotes
E vítima dos sensacionalistas,
Sob tanta pressão o núcleo explodiu...
Porém hoje, a serenidade invadiu teu rosto,
Expulsando para sempre a tristeza,
Pois, livraste da “droga da vida”,
Da qual fugias
Na droga e na bebida...
Teu corpo será sepultado,
Porém, teu coração ressuscita
Pulsando forte em cada um de teus fãs,
Por infindas gerações.
Brilharás, agora, na história
E na memória de cada um de nós...


Descanse em paz Amy!


Autor: José Marcos Pinto